CPSADANIEL

Publicado originalmente em Labnetwork (17/08/2015)

Entre os dias 4 e 5 de agosto o Brasil recebeu a segunda edição do Clinical Pharmaceutical Solution Through Analysis (CPSA Brasil), que aconteceu no Club Transatlântico, em São Paulo.

Considerado único no segmento, o evento reuniu especialistas brasileiros e estrangeiros para debater de forma interativa e globalizada as perspectivas e as recentes experiências sobre a análise de estrutura química e farmacêutica.

Conforme o próprio fundador do evento, Mike S. Lee, Ph.D, explicou, o CPSA tem o objetivo de dar destaque à tecnologia analítica. “O espírito que tentamos passar para os participantes é que as novas tecnologias criam oportunidades para métodos, análises e novos fluxos de trabalho, no sentido de ajudar as pessoas a conduzirem seus laboratórios. Sem esquecer que essas trocas requerem novas regulamentações. Dessa forma, o evento reúne quatro áreas de interesse: regulatória, dirigentes de laboratório, cientistas e as pessoas que inventam essa nova tecnologia. Tudo isso para acharem, em conjunto, uma forma para gerar novas drogas e ajudar as pessoas com suas doenças”, enfatizou Mike.

Com essa abordagem como pano de fundo, o objetivo primordial dos profissionais que lá estiveram foi elaborar uma análise profunda das inovadoras práticas tecnológicas e industriais através de discussões abertas sobre as questões e necessidades relacionadas à indústria farmacêutica.

Agora consolidado e com realização anual, o CPSA Brasil teve entre seus patrocinadores as principais empresas do setor, como Waters, Sciex, Agilent, Shimadzu, McKinley, Sindusfarma, Cemsa, USP, Eurofarma, Labtec, entre outras, mostrando a representatividade do evento.

“Este é um evento que complementa os acontecimentos acadêmicos porque provê uma fonte de benchmarking e compartilha informações científicas relacionadas a negócios. São pessoas que estão se esforçando para criar produtos comerciais para a indústria farmacêutica”, complementou Mike S. Lee.

No dia anterior foram realizados dois workshops pré-conferência gratuitos, realizados na Universidade de São Paulo e no Sindusfarma.

Sentados na mesma mesa

Rafael Barrientos Astigarraga, diretor de tecnologia farmacêutica de portfólio da Eurofarma e responsável pela programação científica, explicou a importância desse modelo de conferência que congrega indústria, universidade, agência reguladora e prestadores de serviço. “As sessões versaram sobre um tema específico e trouxeram opiniões diversas de cada uma dessas áreas. Analogicamente falando, é mais ou menos como um prisma. Você olha para a mesma coisa de diversos ângulos e pode ter visões diferenciadas. Com isso gera-se um debate e esse debate enriquece o assunto e as pessoas passam a enxergar aquilo como um todo e não somente sob o ponto de vista de sua atividade”.

A própria disposição da sala de conferência já denota a interatividade do evento. Os participantes dividiram mesas, o que propiciou um ambiente amigável e propício para o debate. “Todos estavam no mesmo patamar. Este ano o mote foi inovação e os quatro pilares de inovação: conhecimento, regulação, indústria e CROs. Foram abordados esses assuntos de forma geral e sempre com o viés das quatro áreas em debate”, disse Barrientos.

Daniel Lebre, membro do comitê organizador e responsável técnico do laboratório CEMSA, explicou que a ideia de se fazer o evento no Brasil nasceu há mais de sete anos e que esse tempo foi necessário para amadurecer a ideia e chegar ao nível de excelência onde se pudesse unir educação e informação para divulgar a inovação e seu papel no processo da criação de novos fármacos.

Os assuntos discutidos englobaram desde biossimilares, novas tecnologias e desenvolvimento de produtos, até biomarcadores diagnósticos e proteômica. “A programação foi ampla. Foram discutidas inclusive ferramentas inovadoras para diagnóstico ou ferramentas mais práticas para diagnósticos já existentes. Isso tudo está globalmente relacionado à indústria farmacêutica por causa do alvo terapêutico”, exemplificou Lebre.

Nathan Yates, da Universidade de Pittsburgh, EUA, trouxe sua experiência internacional e mostrou as tendências tecnológicas, como as novas ferramentas para identificação de biomarcadores. O exemplo utilizado foi como utilizar a espectrometria de massas e seus dados com qualidade para identificar um novo biomarcador. “Ele dividiu com os participantes o que há de mais atual com essa ferramenta analítica e o tratamento dos dados gerados por ela”, concluiu Lebre.